quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Design caseiro nos vinhos portugueses

O conhecido "Relatório Porter" é um estudo importante, estratégico, para o sector vitivinícola português. Sem pretendermos fazer qualquer juízo global sobre a sua natureza e actualidade, trazemos aqui um pequeno excerto do "Porter 1 - Activar a Estratégia do Cluster do Vinho" (2003), onde se faz o diagnóstico acertado sobre a imagem dos vinhos portugueses e se aponta uma saída. Nele encontramos, também, a justificação para a existência deste blogue.

"Apesar da qualidade do produto que se encontra dentro da garrafa, demasiados vinhos portugueses não serão escolhidos pelo consumidor se tiverem de competir pela sua atenção com as garrafas fáceis de identificar e de design apelativo de vinho proveniente de países do Novo e do Velho Mundo. Em Portugal, muito do trabalho de design é efectuado informalmente por familiares ou amigos, e apesar de haver alguns bons exemplos, a maioria dos resultados em termos de design tem o valor do seu custo. As empresas do cluster deverão tentar recorrer a serviços profissionais para criar vinhos que são atractivos para os consumidores."
Relatório Porter

Fica um pequeno comentário a uma passagem do texto relativa ao próprio conceito de design (e que é como o público em geral o vê). Quando se diz "as garrafas fáceis de identificar e de design apelativo", distinguem-se duas funções que, na realidade, não devem existir em separado. O conceito global de design incorpora essas funções. Isto é, o design de uma garrafa deve contemplar a informação e a persuasão. Erradamente, atribui-se ao design apenas valor estético quando é pela globalidade de funções que ele se afirma e se distingue da arte e da decoração.

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