Estivemos recentemente no Instituto Politécnico de Leiria a participar num Encontro sobre "Imagem Aberta", falando para uma plateia de estudantes de comunicação. De media, de tecnologia e do futuro se falou, mas também da broa de milho de Lamego e da imagem do vinho... Foi simpático, foi positivo e muito gratificante. O agradecimento dos responsáveis da instituição foi, no final, uma surpresa agradável, originando inclusivé este post. Em vez do típico azulejo pintado à mão com o logótipo da instituição, ou da peça de cerâmica que fica entre o útil e o inútil, entre o design kitsch e o artesanato regional, recebemos uma embalagem com três garrafas de Rocim Tinto 2005, Vinho Regional Alentejano, da Herdade do Rocim / Terralis.
A qualidade da imagem gráfica deste vinho mereceria, por si só, um artigo. O Rocim Tinto revela uma opção tipográfica clássica determinada, que recai na escolha dum tipo latino (Trajan, já aqui antes abordado). Todo o texto é composto irrepreensivelmente: no rótulo e no contra-rótulo; no título do vinho; na hierarquia e no seu alinhamento geral. Apresenta cores contidas mas com carácter (preto e prata) sobre um papel de qualidade, de bela textura, onde sobressai, sem ser ostensivo, o corte serrilhado, acrescento discreto de contemporaneidade.
A toda esta harmonia visual, mas seguramente ao seu néctar, em boa hora o IPL se resolveu juntar. E fê-lo com uma dignidade e elegância pouco habituais neste tipo de brindes e comunicação. Ambos respeitando o território de cada um. A solução é digna de registo: um prolongamento/duplicação do rótulo, contendo discretamente a identidade do IPL, sem ruído nem atropelo à marca Rocim, nem esta menorizando a entidade que ajuda a promover. (Um pequeno reparo a corrigir: o branco do papel dos dois elementos não é rigorosamente o mesmo; numa retórica de sobriedade e contenção, os pequenos pormenores são mais visíveis.)
Estão de parabéns as duas casas e, sem importar de onde partiu a ideia, devemos acima de tudo louvar estas belas parcerias de promoção mútua.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
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Os sentidos agradecem o útil
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