domingo, 29 de novembro de 2009

O que deve ser um bom rótulo de vinho?

Quantas vezes não surgiu esta pergunta? Vinda de estudantes de design gráfico, de jovens projectistas mas também de quem encomenda rótulos e deles precisa. A resposta nem sempre é convincente e muito menos unânime. Como o design não é uma ciência, para um mesmo problema haverá sempre várias soluções válidas. Sabemos contudo que a ansiedade diminui se a segurança aumentar, e quem está ligado ao ensino sabe-o melhor ainda. São as regras, os métodos, a competência técnica e a cultura geral que contribuem para diminuir essa insegurança.

Assim, e no sentido de procurarmos responder à questão, equacionámos um conjunto de princípios que, em nosso entender, podem servir de orientação para quem projecta, para quem encomenda e para quem "lê".

Um bom rótulo de vinho é aquele que:
1. Informa claramente o que a maioria das pessoas quer saber;
2. Informa, nem sempre claramente, aquilo que nem todas as pessoas querem saber mas que é obrigatório;
3. Contém a informação atrás referida executada com rigor e com coerência formal e conceptual;
4. Contém outros signos visuais, de valor semântico e estético, que ampliam a informação atrás referida;
5. Apresenta materiais adequados e uma qualidade técnica irrepreensível;
6. Apresenta um resultado global que ultrapassa o esperado.

Esta ordenação dificilmente se verificará em absoluto em todos os bons rótulos. Muitos ficarão pelo ponto 5, o que já será excelente. E ao ponto 6 chegarão muito poucos... As ditas "obras de arte", embora recusemos esse estatuto para o género.

Não devendo aspirar a ser uma obra de arte, um rótulo de vinho é um artefacto que cumpre acima de tudo uma função determinada, mas que diz muito de quem o fez e adoptou.

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