Design "assim-assim" quer dizer que nem é bom nem mau. Mas sempre é melhor do que mau. Perante um design assim-assim sabemos que alguma coisa falha.
A imagem do Bétula Branco 2009 tem um design assim-assim. Apresenta um rótulo contido que objectiva a elegância e a modernidade. Segue a orientação de limpeza textual que hoje tanto se procura. (Reforça-se a expressividade da comunicação – referentes estético-simbólicos – em detrimento da carga informativa, remetendo-se esta para o contra-rótulo. E a opção é mais do que justificada já que os elementos obrigatórios a incluir nos rótulos são demasiados e muitas das regras visuais são amadoras.) Foi essa a opção do Bétula. Rótulo iconográfico, aparentemente abstracto, cuja ilustração – evocando ramos de bétula – se afasta da representação literal. Se a imagem se afirma neste sentido: expressiva, moderna e sensível de desenho, já a tipografia destoa. O tipo de letra usado revela-se uma escolha anacrónica: é demasiado marcante e condiciona a imagem, desvirtuando-a. Desenhado por Carol Twombly em 1989, o tipo Lithos inspira-se nos caracteres lapidares gregos. O seu padrão genético nada tem a ver com a geografia e a semântica do Douro (ainda que falemos aqui de Resende) nem se enquadra na nossa tradição tipográfica, de cariz latino. Muito menos se trata de um tipo funcional para texto informativo, por isso também não se entende a sua adopção para toda a literatura do contra-rótulo. Concluímos com um reparo para a dissonância cromática e exagero gráfico da gargantilha.
Apesar do que se disse, a imagem do Bétula não é má. Contudo, é bem melhor o vinho do que o seu visual. Bastaria um pouco mais de conhecimento de design tipográfico para que a harmonia se estabelecesse. Recomendam-se pois o vinho para este Verão e maior investimento no seu design gráfico para o próximo ano.
A imagem do Bétula Branco 2009 tem um design assim-assim. Apresenta um rótulo contido que objectiva a elegância e a modernidade. Segue a orientação de limpeza textual que hoje tanto se procura. (Reforça-se a expressividade da comunicação – referentes estético-simbólicos – em detrimento da carga informativa, remetendo-se esta para o contra-rótulo. E a opção é mais do que justificada já que os elementos obrigatórios a incluir nos rótulos são demasiados e muitas das regras visuais são amadoras.) Foi essa a opção do Bétula. Rótulo iconográfico, aparentemente abstracto, cuja ilustração – evocando ramos de bétula – se afasta da representação literal. Se a imagem se afirma neste sentido: expressiva, moderna e sensível de desenho, já a tipografia destoa. O tipo de letra usado revela-se uma escolha anacrónica: é demasiado marcante e condiciona a imagem, desvirtuando-a. Desenhado por Carol Twombly em 1989, o tipo Lithos inspira-se nos caracteres lapidares gregos. O seu padrão genético nada tem a ver com a geografia e a semântica do Douro (ainda que falemos aqui de Resende) nem se enquadra na nossa tradição tipográfica, de cariz latino. Muito menos se trata de um tipo funcional para texto informativo, por isso também não se entende a sua adopção para toda a literatura do contra-rótulo. Concluímos com um reparo para a dissonância cromática e exagero gráfico da gargantilha.
Apesar do que se disse, a imagem do Bétula não é má. Contudo, é bem melhor o vinho do que o seu visual. Bastaria um pouco mais de conhecimento de design tipográfico para que a harmonia se estabelecesse. Recomendam-se pois o vinho para este Verão e maior investimento no seu design gráfico para o próximo ano.
Nota: Este comentário crítico é o primeiro feito sobre um vinho enviado pelo produtor para apreciação. Os nossos agradecimentos aos responsáveis pelo seu envio.